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Como se não bastassem todos os pontos de atenção que a educação remota demandou, mais um elemento soma-se a esse cenário: as maiores chances de crianças e jovens sofrerem cyberbullying pelo aumento do tempo na internet. É claro que não se trata de uma relação de causa e efeito, mas a maior permanência navegando entre aplicativos, mesmo que com propósito educacional, representa um alerta.

por Maria Victória Oliveira  7 de maio de 2021

Modalidade virtual

do bullying


Bullying e cyberbullying têm características em comum, como o fato de serem uma intimidação repetitiva. Por isso fala-se em perseguição. Apesar de o bullying presencial ser praticado “cara a cara”, o cyberbullying tem seus efeitos ampliados pela rápida disseminação de conteúdos na internet.

“No presencial, um ou dois alunos ou uma turma intimida uma criança. Na modalidade virtual, pessoas que nem conhecem essa criança podem provocar essa intimidação. Ou seja, o cyberbullying abre vaga para intimidadores”, explica Juliana Ferrari, psicóloga, mestre em psicologia escolar e do desenvolvimento humano e gerente pedagógica da Camino Education.

O grau de intimidação varia muito no online e, devido às ferramentas disponíveis, existe uma gama de possibilidades para reforçar a perseguição virtual. Elas vão desde comentários maldosos em um vídeo ou dança que a criança posta no TikTok, exemplifica Juliana, até mesmo a manipulação refinada de conteúdos, como o recorte do rosto da pessoa em uma careta, que é transformada em figurinha para o WhatsApp.

O cyberbullying também pode ser um comentário no chat da videoaula, uma hashtag ou um tipo de emoji feito em um comentário ou mesmo no bate papo da aula remota naquilo que os alunos chamam de piadas internas, mas que podem ser muito ofensivas. Pode ser uma imagem ou a figurinha de um animal representando um ataque a alguém, a algum tipo de discriminação, seja em relação a ao peso, a aparência física ou mesmo em relação a orientação sexual.

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Em graus mais avançados, estão as ameaças. “No virtual, como o indivíduo pode estar protegido por outra identidade, o tom da ameaça aparece mais rápido”, afirma Juliana. Além disso, outra diferença é a idade e a ameaça em questão. Enquanto no presencial normalmente há maior proximidade entre as idades dos praticantes e das vítimas, no online isso ganha outra proporção em termos de níveis de poder e idade. “Há uma sutileza e diferença importante. No presencial, a perseguição física tem uma tendência de humilhação e imposição da força daquele que está provocando, de autoafirmação. No virtual, a ameaça é de banimento, de cancelamento, com frases como ‘a sua existência não é relevante’.”

Dados e aumento na pandemia
De acordo com a pesquisa TIC Kids Online 2019, realizada entre outubro de 2019 e março de 2020 com cerca de três mil crianças e adolescentes e seus pais ou responsáveis para entender como a faixa entre os 9 e 17 anos utiliza a internet, 61% dos entrevistados disse que veem discriminação na internet mais de uma vez por dia de acordo com o uso de redes sociais.

A pesquisa mostrou que as meninas são mais suscetíveis a sofrerem algum tipo de violência na internet. Uma em cada três (31%) relatou que foram tratadas de forma ofensiva, índice que cai para 24% entre os meninos. A maior ocorrência do cyberbullying e ofensas virtuais entre meninas também aparece em outros levantamentos. Segundo dados da SaferNet Brasil, dos 232 atendimentos realizados nesse tema em 2020, 161 foram para o público feminino, e apenas 71 para o masculino.

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